quarta-feira, agosto 17, 2016

Estômago de repórter

Eu não tinha pavor de ver a violência humana que leva a morte. Se fosse ao vivo, de cara no cenário de morte, não me afetava.
- Ossos do ofício - dizia a mim mesmo.

Mas se fosse pra ver uma foto, um vídeo, um áudio do acontecido dantesco
já me revirava o estômago. Os registros invadiriam meu sonho, meu silêncio e sugaria a minha paz.
A morte pra mim deveria ser ao vivo, nada de arquivo histórico.
Seria eu um repórter psicopata de mim mesmo?

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